Resenha: Esposa Perfeita - Karin Slaughter




Ficha Técnica
Título Original: The Kept Woman
Autora: Karin Slaughter
Páginas: 464
Ano: 2017
Editora no Brasil: HarperCollins Brasil

Sinopse
Maridos e esposas. Mães e filhas. Passado e futuro. Segredos os unem. E segredos podem destruí-los.
Com a descoberta de um corpo de um ex-policial em um canteiro de obras, o detetive Will Trent é chamado para resolver um caso muito perigoso. Ao analisar o cadáver, Sara Linton – nova investigadora forense e amante de Will – nota que parte do sangue do presente na cena do crime é de outra pessoa. Há uma outra vítima: uma mulher, que desapareceu... E que vai morrer se não for encontrada logo.

Para piorar, o terreno pertence a um atleta rico, poderosos, com amigos no Congresso e um dos advogados mais inescrupulosos que existem. Um homem que já escapou de acusações de estupro, apesar dos esforços de Will para colocá-lo na cadeia.

Mas o pior ainda está por vir. Evidências conectam o passado turbulento de Will com o crime... E as consequências vão despedaçar sua vida, colocando Will em conflito com todos ao seu redor, incluindo seus colegas de trabalho, sua família, seus amigos e, acima de tudo, o suspeito que ele tanta procura: sua ex-mulher.


Sempre havia um cara esperando por ela, esperando algo dela, ansioso por ela, odiando-a. Tinha sido assim desde sempre. Aos dez anos: o cafetão de sua mãe ofereceu trocar uma refeição por sua boca. Aos quinze anos: um pai adotivo gostava de cortá-la. Aos 23: um soldado que fazia guerra no corpo dela. Aos 34: um policial que a convenceu que não havia sido estupro. Aos 37: outo policial que a fez acreditar que a amaria para sempre. 


Karin Slaughter conseguiu superar "Flores Partidas" e a cada livro eu amo ainda mais essa autora.

Esposa Perfeita é o oitavo volume da série Will Trent. Will é um detetive da Agência de Investigação da Geórgia, que tem uma história de vida bastante difícil e uma "esposa" que é o próprio inferno em sua vida, nível Amy Exemplar, mas com menos classe. 

A história começa com Will super frustrado por Marcus Rippy, um jogador famoso de basquete, ter sido absolvido de um caso de estupro que ele estava investigando. Enquanto nosso protagonista tenta aceitar o fato de que já perdeu o caso, recebe um chamado junto com sua colega de trabalho e amiga, Faith Mitch, sobre o assassinato de Dale Harding, um ex-policial, que foi encontrado morto em uma das obras de construção de uma boate que pertence à Rippy.

Qual seria a ligação?

Ao chegar no local do crime, com sua chefe Amanda bastante impaciente, eles observam que tudo parece ter sido bem brutal, principalmente pela quantidade de sangue espalhada. Quando a equipe de perícia é convocada, a médica legista Sara, atual namorada de Will, percebe que há algo de muito errado com a cena do assassinato. Todo aquele sangue não era de Dale Harding. Então o que aconteceu? Com a investigação acontecendo e a perícia trabalhando, há uma descoberta que atordoa todos. A bolsa, as armas, os objetos e o sangue encontrado no local do crime. Tudo leva a uma pessoa, Angie Polaski, e esposa de Will, a que sempre sumia e reaparecia para fazer da vida dele um caos durante 30 anos.

Eu gosto muito de suspenses, e geralmente quem tem o costume de fazer esse tipo de leitura sabe que as coisas começam meio paradas no começo e a tensão aumenta lá no final da história. Com  'Esposa Perfeita' é totalmente diferente, um acontecimento atrás do outro que te faz esquecer de respirar por causa de toda emoção acontecendo ao mesmo tempo. Eu não li os outros livros para poder entender bem a evolução dos personagens até aqui, mas a construção que foi feita para cada é um dos pontos positivos da leitura. Karin não deixa que nenhum personagem fique sem uma história a ser contada.

Will e Angie cresceram juntos porque ambos foram abandonados e negligenciados por suas famílias biológicas. Se conheceram no abrigo ao qual foram encaminhados ainda muito jovens. Ambos tiveram uma vida bastante difícil, cheia de violência e abuso, sempre tiveram somente um ao outro, mas Angie sempre foi bastante cruel.

Eu gostei de tudo no livro, os personagens, o roteiro, as críticas e as reviravoltas. Karin mais uma vez usa seu trabalho para criticar o machismo e ainda fala sobre corrupção na polícia, abuso sexual, violência doméstica, dependência química, as marcas psicólogicas deixadas em vítimas de violência e o poder da fama e do dinheiro.

Odeio casos de estupro. Você não joga uma caso de assassinato para um júri e eles perguntam: 'Bom, o cara foi realmente assassinado ou ele está mentindo porque quer atenção? E o que ele estava fazendo naquela parte da cidade? E por que ele estava bebendo? E todos aqueles assassinos com quem ele saiu antes?

É um livro que precisa ser absorvido.

Angie a nossa vilã (ou vítima como muitas vezes eu enxerguei) consegue cativar o leitor. Apesar de ser uma pessoa horrível é impossível não se comover com seu passado e admirar sua coragem, vontade e força. Único personagem que eu achei chatinho foi a Sara, ela serve de alívio dos personagens com personalidades tão fortes e perturbadas, mas não consegui gostar muito dela. 

Enfim, terminei a leitura querendo mais e espero que o próximo livro que eu for ler tenha o mesmo nível. Falta muito pouco para a Karin Slaughter roubar o posto de minha autora preferida da Gillian Flynn.

NOTA: ⭐⭐⭐⭐⭐


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