Resenha: A Lista Negra – Jennifer Brown

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Créditos pela Imagem: http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/


Ficha Técnica
Título Original: Hate List
Autora: Jennifer Brown
Páginas: 272
Ano: 2012
Editora no Brasil: Gutenberg

Sinopse
E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama? O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista com o nome dos estudantes que praticavam bullying contra os dois. A lista que ele usou para escolher seus alvos. Agora, ainda se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, com os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas. A lista negra, de Jennifer Brown, é um romance instigante, que toca o leitor; leitura obrigatória, profunda e comovente. Um livro sobre bullying praticado dentro das escolas que provoca reflexões sobre as atitudes, responsabilidades e, principalmente, sobre o comportamento humano. Enfim, uma bela história sobre auto-conhecimento e o perdão.

“As pessoas faziam isso o tempo todo, acham que “sabem” o que está se passando na cabeça de alguém. Isso é impossível. É um erro achar isso. Um erro muito grande. Um erro que, se você não tiver cuidado, pode arruinar a sua vida.”

O livro conta a história de como Val seguiu sua vida após o atentado no Colégio Garvin, quando seu namorado disparou tiros contra os alunos no refeitório do prédio.

Todos culpam a adolescente por ter sobrevivido e ainda há fortes suspeitas de que ela sabia de todo o plano de Nick e foi cúmplice nos assassinatos. Tudo isso porque Val, junto com o namorado, criou o que eles chamaram de “lista negra”, um caderno que continha nomes de pessoas e coisas que os dois odiavam por terem suas razões.

Grande parte das vítimas de Nick, estavam na lista, o que fez a polícia e todos acreditarem que as mortes estavam relacionadas com o caderno. Logo, Val precisou dar muitas explicações sobre como ela, em hipótese alguma, sabia o que estava acontecendo e também ficou chocada com todo o acontecimento.

A protagonista narra como está sendo esse período tão difícil de sua vida, que mudou completamente de uma hora para outra. Além de ser responsabilizada pelo ataque, tem que lidar com a morte de Nick e com outras perguntas que não se calam dentro de sua cabeça. Ela jamais imaginaria que o namorado, tão doce quanto parecia ser, seria capaz de uma coisa tão terrível. Achava que toda aquela obsessão por morte era algo que nunca viria a ser colocado em prática, ele havia dado sinais e ela simplesmente ignorou ou talvez todos tenham ignorado.

“Shakespeare contou histórias sobre morte. Poe contou histórias sobre morte. Stephen King contou histórias sobre morte. E nenhum deles estava pregando assassinatos. Por isso nem mesmo percebi quando a conversa ficou séria. Não percebi quando se tornou pessoal. Não percebi que as histórias do Nick se tornaram narrativas de suicídio. De homicídio. E as minhas também. Só que, até onde eu sabia, ainda estávamos falando de ficção.”

A trama me prendeu bastante, acho que muita gente esquece rápido demais  quando esse tipo de coisa acontece. A recuperação da Val é o ponto alto do livro, embora tenham outras questões dentro da história, a relação dela com o terapeuta realmente me deixou muito comovida.

O período depois do atentado, na escola, quando as férias de verão acabam e todos voltam, também foi bastante interessante. Como as pessoas lidavam com toda a tragédia e estavam se recuperando, fazendo o possível para também seguir com suas vidas.

“O tempo nunca acaba”, sussurrou, sem olhar pra mim, mas mirando minha tela. “Como sempre há tempo para a dor, também sempre há tempo para a cura. É claro que há.”

Depois de “Precisamos falar sobre o Kevin” esse é o primeiro livro que leio com essa temática, ainda assim as situações são bem diferentes. O tema trazido a tona aqui é o bullying e as consequências geradas por esse tipo de prática. O quanto o ódio, acaba gerando mais ódio.

O que me incomodou na leitura foi que alguns personagens simplesmente foram esquecidos, que poderiam ter rendido algo de mais interessante para o livro, mas foram citados só algumas vezes e depois nada. E o pai dela, que sem noção do caralho! Que aliás houve toda uma cena forte dos dois e a autora também nem falou mais sobre o assunto, assim como a cena da arma na festa que ficou solta na história.

NOTA: ⭐⭐⭐⭐

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